Nasci amarrado a esta pedra como muitos outros empilhados ao meu lado.
Repeti como um espelho as fissuras que me foram dadas
em lições diárias de tédio a favor do prosperar.
Todavia, como o pó era o meu caminho prometido
a ele retornei e os dogmas, apreendidos outrora, comigo,
como se fossem também amarrados a mim, se multiplicaram e se perderam
com a mesma força ao primeiro sopro do vento.
De certo que agora, em muitos pedaços observo aquelas palestras que ainda seguem sem mim.
Múltiplo, esvaído, desaprendo solto no ar as fórmulas do parar.
Triste é o fim porque não tenho mais lugar.
Em plural sou vapor,
sou poeira pronta a esperar.
Lucas dos Anjos
quinta-feira, março 23, 2006
sábado, março 04, 2006
Pequenos passos
Por enquanto não vamos nos prender às flores
Ainda há muita umidade em nossos poros para que venham outros odores.
Além do mais, suas belezas são por demais complexas
Para que possamos nos arriscar a compreendê-las tão cedo.
Também não cantemos tantas poesias,
se ainda nem compreendemos um ponto final.
Há, lá fora, um mundo de pontos finais.
E seria muito triste nos precipitarmos a eles.
Vamos nos permitir antes a árida rua
Que por debaixo de nossos pés
Guarda uma infinitude multicolor
- que os tolos dizem incomunicável
Vamos primeiro esperar a derradeira chuva que não cai.
Vivamos a eminência.
Imersos na gravidade aguda da chuva que não cai.
A dor aflita da espera.
Vivamos a eminência
e a dor aflita da espera.
*nian.pissolati.
Ainda há muita umidade em nossos poros para que venham outros odores.
Além do mais, suas belezas são por demais complexas
Para que possamos nos arriscar a compreendê-las tão cedo.
Também não cantemos tantas poesias,
se ainda nem compreendemos um ponto final.
Há, lá fora, um mundo de pontos finais.
E seria muito triste nos precipitarmos a eles.
Vamos nos permitir antes a árida rua
Que por debaixo de nossos pés
Guarda uma infinitude multicolor
- que os tolos dizem incomunicável
Vamos primeiro esperar a derradeira chuva que não cai.
Vivamos a eminência.
Imersos na gravidade aguda da chuva que não cai.
A dor aflita da espera.
Vivamos a eminência
e a dor aflita da espera.
*nian.pissolati.
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