sábado, março 04, 2006

Pequenos passos

Por enquanto não vamos nos prender às flores
Ainda há muita umidade em nossos poros para que venham outros odores.
Além do mais, suas belezas são por demais complexas
Para que possamos nos arriscar a compreendê-las tão cedo.

Também não cantemos tantas poesias,
se ainda nem compreendemos um ponto final.
Há, lá fora, um mundo de pontos finais.
E seria muito triste nos precipitarmos a eles.

Vamos nos permitir antes a árida rua
Que por debaixo de nossos pés
Guarda uma infinitude multicolor
- que os tolos dizem incomunicável

Vamos primeiro esperar a derradeira chuva que não cai.
Vivamos a eminência.
Imersos na gravidade aguda da chuva que não cai.
A dor aflita da espera.

Vivamos a eminência
e a dor aflita da espera.

*nian.pissolati.

4 comentários:

maisoumenando nadismos disse...

sim!

Lucas

Anônimo disse...

sim, sim!

Costoli

thaispimenta disse...

até o costoli?!

uai...

e esperar sempre?! grinch!

Letícia disse...

essa espera doída e aflita tem que ter um fim né?