Era de quadris meu flagelo,
Tantos ésses e mil cedilhas.
Era outra Era
De outras massas e sapatilhas
Meu pulso saltitava em desafio
Num balé descompassado
Na faca, o andar no fio,
Promessas soltas num salão riscado
No desenrolar dos medos
Um presságio, uma insana euforia!
Um mais-que-perfeito solo
Trágica coreografia
Era valsada nossa côrte
Um Pas de Deux sem lugar
Balé de desencontros
Um pra lá e um pra cá
Era de Dó a sinfonia
Que de lá regia inquietos e fugidios
Era desafinado esse silêncio
Movimentos (a dois) em agonia.
Era a véspera do encontro
Sentido há versos em agouro
Doçuras e leveza vencidas
Por um tanger de cortar couro
Era de resignação o tal final
Era sem futuro nosso par
Era, de fato, mais outra era
Uma vez em casa, descalçar.
E agora tudo dançamos:
Nada machuca tanto quanto não tirar os sapatos ...
Nada como um dia e um passo depois do outro.
Lucas dos Anjos
domingo, novembro 19, 2006
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5 comentários:
se ela dança, eu danço.
parabens.
clap.clap.clap.
Mesmo sem resquícios: visceral, torporento, expugante e catarsudo...
Rá!Bom, muito bom!
bjocas,
Boi
Nossa, isso é muito bom!
Bom não ter medo de dançar porque o negocio é esse mesmo, "nada como um dia e um passo depois do outro", ainda que "sem futuro o par"!
Congrats!
e eu achei isso de uma beleza bonita.
e eu super concordo. super super!
dançar até o sol raiar, até o dia não ter mais fim! =)
passando por aqui e vi que este nunca tinha lido... Li. Acho que já vi este filme em algum lugar.
Mel
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