quarta-feira, dezembro 14, 2005

Frágil

Hoje eu senti todo o teu gosto amargo. Percebi que todo aquele teu veneno doce também pode me doer. E que na verdade eu sou muito mais vulnerável. Você, que me dava toda a segurança para eu me mostrar, é muito maior do que eu pensava. E você já era tão grande...

Transcrevo essas linhas na esperança de me absolver, mas sei que a tentativa é falha. Porque o mal já está feito. Parabéns. Mais uma vez vejo que já entrei nesse jogo perdendo. Que apesar de tudo, não sou tão diferente quanto eu achei que poderia ser. Que de especial mesmo só tenho algumas palavras. Mas a palavra que sai da minha garganta vira onda. E some. E depois de um ínfimo tempo ninguém mais escutará. Nem mesmo você.

Minha cumplicidade em tuas mãos. Mas talvez ela seja desnecessária. Porque você já me conhecia antes mesmo de eu me dar conta. E talvez eu me preste mais a ser uma marionete no mundo. Digo o que queres ouvir. Faço isso porque é o que me apetece. E esse é o meu erro. Meu doce erro.

Hoje eu percebi que ainda falta muito pra minha doentia fragilidade esmorecer. Que a força que você me dava não era tão real. Ou talvez isso tudo não seja real. Hoje teu fruto me veio mais maduro, e a doçura mais amarga. Vi que a dor que posso sentir é muito maior que eu esperava.

E vi que te amo. E que na verdade não tenho idéia se isso é bom.

*npl

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